Sequestraram sua marca!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Artigo de Sérgio Martins publicado no Estado Minas em 12 de novembro/2010.

 


Frequentemente ouço alguns empresários dizendo que suas marcas não estão preparadas para encarar a Web 2.0: interativa, colaborativa, que funciona como uma rede onde as informações transitam por mão dupla. Daí a razão pela qual várias empresas ainda não possuem blogs, páginas oficiais em redes sociais, ou um endereço no Twitter. Essas empresas partem de um pressuposto correto: investir e gerenciar mídias sociais é um trabalho árduo, de difícil operacionalização e sério – pois envolve as opiniões e posicionamentos da marca diante de públicos de interesse ávidos por informações e superdispostos a criticar e sugerir ideias mirabolantes.

É um cenário que inspira tal insegurança em alguns gestores, que muitos deles, de forma até bem-intencionada, acabam concluindo que suas marcas precisam ser “preservadas” desse ambiente perigoso da Web 2.0. E a melhor forma de fazer isso é não participar desse “caos em rede”.
Infelizmente algumas empresas ainda não atentaram para o fato de que suas marcas não pertencem a elas. As marcas pertencem aos consumidores. E mais: essas empresas que ainda não tomaram posição ativa nas redes sociais já estão participando sim das conversas que acontecem no mundo da Web. Assim como a experiência com marcas e produtos geram boca-a-boca no mundo real, esse mesmo boca-a-boca já existe no mundo virtual. Faça um teste. Busque o nome de sua empresa ou produto no Orkut, YouTube, Facebook, Twitter, etc. Você poderá se surpreender com a quantidade de comentários e até mesmo com a existência de comunidades estruturadas ao redor daquelas marcas e produtos que você achava pertencer à sua corporação.
Se você é um gestor que ainda teme o ambiente colaborativo e caótico da Web 2.0, considere o seguinte: sua marca foi seqüestrada faz tempo. Os consumidores já se apoderaram dela e, ao seu redor, criam livremente novos conceitos, movimentos, comunidades, comentários virais (e sabe-se lá o quê mais). Sugiro que você pesquise o que aconteceu com o Iogurte Activia no YouTube e em diversas comunidades da Web. Consumidores se apoderaram dos conceitos do produto e os utilizaram para brincar, tirar sarro, criar piadas… Se foi bom para a Danone? Pesquise e tire suas conclusões.
Antes tarde do que nunca, é importante que a empresa do Séc. XXI perceba que, querendo ou não, os consumidores já seqüestraram sua marca e a levaram para o ambiente online. Um ambiente livre, interativo, criativo e sem controle. A conversa em torno de sua marca muito provavelmente já existe nas redes sociais. A pergunta é: sua empresa vai participar dela?




Postado in Artigos da CMC

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