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Afinal, as franquias devem ou não ter seus próprios perfis em redes sociais?

quarta-feira, 27 de março de 2019

redes sociais em redes de franquias

Por Sérgio Martins – Consultor de Marketing, diretor da Carvalho Martins

A busca pelo modelo perfeito de gestão da marca nas redes sociais em ambiente de redes de negócios é um assunto sempre em alta entre gestores de marketing. Durante o primeiro Open Franchising Summit, em São Paulo, uma das rodas de discussão era exatamente sobre esse tema. E não é de hoje que esse assunto volta e meia aparece em grupos e fóruns ligados ao mundo do franchising.

Com 17 anos a frente de estratégias de comunicação para redes de negócios, percebo que não existe um modelo único de gestão de redes sociais, mas caminhos que podem ser seguidos de acordo com o tipo de negócio e do segmento de cada rede.

É importante lembrar sempre que a marca pertence ao franqueador, e não aos franqueados. Às franquias, é concedido apenas o direito de uso territorial da marca. Mas há sempre esse questionamento: até que ponto o franqueado pode usar essa marca em uma rede social? De acordo com as regras do Franchising, o franqueado não tem autorização de fazer qualquer publicidade sem aprovação prévia do franqueador.

Não há um modelo que atenda a todos os tipos de redes. Mas há parâmetros

A partir disso, podemos pensar em alguns caminhos, como aquele seguido pelas grandes redes de alimentação, que não permitem que cada unidade tenha seus perfis em redes sociais. Creio que isso acontece porque alimentação é algo muito sensível e delicado. E, caso uma crise aconteça, o franqueador dificilmente poderá intervir no momento em que ela aparece, justamente por estar acontecendo num perfil local, longe de seu radar. E uma crise em um perfil de um franqueado, dependendo da proporção que toma, pode afetar negativamente outros franqueados – além da marca em si.

Algumas das vantagens dessa postura da franqueadora são: 

  • o perfil oficial terá muito mais seguidores,
  • a comunicação nestes canais estará na mão de gestores qualificados,
  • e toda interação será mediada pelo detentor da marca, inclusive propagandas direcionadas para franquias específicas da rede, gerando assim resultados globais e locais mais eficientes.

Vejamos o outro lado: para alguns tipos de redes na área de prestação de serviço continuado (escolas de inglês, de dança, de informática) ou recorrente (pet shop, barbearia, salão de beleza) pode ser uma boa estratégia permitir ao franqueado ter um perfil próprio de sua unidade. Nesses tipos de negócio, o perfil próprio ajudará no cotidiano da comunicação com o cliente final em comunicados sobre volta às aulas, feriados, mudanças no horário de funcionamento e de atendimento, entre outros. É inegável que esse tipo de comunicação institucional é hoje muito eficaz por meio das redes sociais.

Mas, nesse caso, também há salvaguardas que precisam ser estabelecidas, como, por exemplo, fazer com que o login e a senha de cada perfil de franqueado sejam compartilhados com o franqueador, para que este interfira rapidamente em caso de algum embate público com um cliente da franquia ou de fechamento de unidade.

A desvantagem é que, com ferramentas tradicionais, o franqueador não terá tanto conhecimento e controle sobre qual conteúdo que o franqueado anda divulgando. Por exemplo, pode acontecer de algum franqueado postar algo que vá contra o posicionamento de mercado da marca ou que a impacte negativamente de alguma forma.

Há também um terceiro caminho, que acredito ser o pior, em que o franqueador contrata uma empresa terceirizada para fazer a gestão de cada unidade de sua rede. Isso pode gerar um custo muito alto, com benefício discutível. Imagine uma equipe gerenciar postagens de 50 franquias (média do mercado nacional)? E redes com 80, 100, 300 unidades? Toda a verba do fundo de publicidade acabará por financiar essa estratégia? Não vejo essa como a melhor solução.

Analise seu negócio e reduza as opções

Diante dessas possibilidades, o melhor caminho começa com a análise do franqueador em relação ao seu segmento de negócio, às características da rede e o comportamento de seus concorrentes nas redes sociais. A partir daí sugiro que o franqueador se decida por uma das duas primeiras opções: ou nenhum franqueado tem licença para ter seus perfis locais; ou opta-se pelo segundo modelo, em que se permite a existência de perfis locais para negócios baseados em serviços recorrentes ou continuados.

Um dos clientes que atendemos da área de serviços recorrentes utiliza o software Template Track para simplificar e controlar os processos da gestão da marca nas redes sociais. Funciona assim: a equipe de marketing digital da Carvalho Martins disponibiliza na plataforma Template Track todos os posts criados e veiculados nas páginas oficiais da marca. E oferece também uma coleção com inúmeras molduras de artes que podem ser personalizados pelos franqueados para publicação em seus perfis locais.

Dessa forma, mantém-se a unidade da marca nos posts, que podem ser adaptados e customizados pelo franqueado com elementos locais, como fotos e frases. E, nessa plataforma o gestor da marca acompanha o que cada um de seus franqueados está fazendo, acessa relatórios e faz a moderação das peças geradas por cada franqueado (aprovando-as ou reprovando-as) antes de serem postadas, de modo a preservar o discurso, posicionamento e identidade da marca.

Não há saída: a automatização de processos de comunicação de marketing é uma tendência que já começa a se tornar o padrão no mercado. E nesse contexto, as agências e times de marketing devem buscar soluções novas, fora do tradicional, contando com equipes de mente contemporânea, junto a softwares e plataformas que, de forma simples e controlada, resolvam o problema de gestão de redes sociais naquelas franqueadoras em que o modelo que permite a existência de perfis de franquias se mostra vantajoso.

E você, o que acha dessa discussão? Compartilhe conosco sua opinião e vivência nessa área.

 


Mídias sociais: confira nossos novos artigos.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

artigos

Clique aqui e confira o artigo de Sérgio Martins sobre redes sociais no ambiente do franchising publicado no jornal Minas Marca.

E mais: veja também aqui o artigo de Ana Paula Amaral, gestora de mídias sociais da Carvalho Martins, sobre a diferença entre mídia no Google e no Facebook.


Redes sociais no ambiente do franchising: cinco dicas para enfrentar esse desafio

quarta-feira, 16 de abril de 2014

MinasMarca

A velocidade das mudanças, novidades e evoluções disruptivas que ocorrem no universo digital exigem das corporações a criação e adoção de novos modelos gerenciais em curto espaço de tempo. Atualmente, um dos principais desafios dos gestores de marketing das redes de franquias gira em torno da questão de como organizar a marca, que é patrimônio da franqueadora, no ambiente das redes sociais.

Twitter, Orkut, Linkedin, Facebook, Instagram e Google+, entre outros, constituem hoje excelentes ferramentas para quem deseja divulgar seu negócio, criar e nutrir relacionamentos. É praticamente impossível que uma marca não participe dessa tendência irreversível do universo digital, uma vez que as redes sociais já são parte de nossa vida cotidiana. Por isso a utilização deste canal de relacionamento pelas marcas do universo do franchising cresce e se profissionaliza dia após dia.

 Como consequência natural, unidades franqueadas também reivindicam junto às suas franqueadoras a liberdade para criar e gerenciar seus próprios perfis ou fanpages em redes sociais. Algumas redes de franquias simplesmente adotaram a política da proibição: nenhuma unidade pode ter sua própria conta em rede social. Somente a franqueadora, por ser proprietária da marca, gerencia as páginas oficiais nessas redes.

 Sem dúvida essa postura evita dores de cabeça ao franqueador e trabalho extra ao departamento demarketing, mas será que atende ao anseio de relacionamento local da franquia e de seus consumidores finais?

 Na maioria dos casos, o fato de uma unidade franqueada ter a liberdade de possuir e gerenciar sua própria conta em rede social pode, em alguma medida, alavancar novos negócios ou beneficiar seu relacionamento com os clientes de seu território. Então, a questão passa a ser como lidar com esse “co-gerenciamento” da marca (que é patrimônio da franqueadora) por vários franqueados no ambiente Web sem que isso ameace a personalidade da marca. Qualquer que seja a resposta, o fato é que, com a explosão e consolidação do fenômeno das redes sociais, o processo de gerenciamento de uma marca no ambiente do franchising está muito mais complexo, exigindo dos gestores soluções novas e criativas.

 Baseados em experiências vivenciadas e observadas por nossa equipe em redes de negócios, e com o intuito de contribuir para o desenvolvimento deste debate, listamos abaixo cinco dicas básicas para ajudar os gestores de marketing de franqueadoras a formatar a política de utilização de redes sociais junto aos seus franqueados.

 1 – Comece organizando o que é básico através de regras claras

Explique aos franqueados as características de cada rede social. E estabeleça regras básicas para criação de perfis em cada uma delas. Por exemplo: ao abrir uma conta no Facebook, não é indicado à franquia utilizar um perfil, e sim uma fanpage. Em qualquer rede social, na descrição da empresa deve estar claro que aquela conta pertence a uma franquia da marca, e não à franqueadora. O ícone visual também pode ser padronizado, em uma versão diferente daquele utilizado pela franqueadora em seus canais oficiais.

 2 – Redes sociais demandam gerenciamento constante

É importante deixar claro para o franqueado que sua unidade pode ter no máximo uma conta em cada rede social. E que cada perfil necessita de monitoramento e gerenciamento de conteúdo constante. Afinal, rede social é espaço de conversa e relacionamento, e não canal de publicidade. Se o franqueado não tem alguém que conheça as características de cada rede e que faça este trabalho de forma qualificada, é melhor não se aventurar.

 3 – Conteúdo local com integração total aos perfis oficiais da marca

Uma boa medida a ser implementada é estabelecer a regra de que todas as postagens feitas nas redes sociais oficiais da marca (gerenciadas pela franqueadora) sejam replicadas nas contas dos franqueados. Dessa forma, a integração da comunicação promocional e institucional da marca se potencializa na Web, o que é bom pra todos. E, para o franqueado, vale a regra de criar postagens apenas de notícias, eventos e promoções de sua unidade, desde que esse conteúdo não seja conflitante com as ações nacionais da franqueadora.

 4 – Política clara dos tipos de posts que podem e que não podem ser publicados

Ainda é comum nos depararmos com assuntos pessoais postados em redes sociais de empresas o que, neste caso, é muito ruim para a imagem tanto da marca (franqueadora) como a da franquia. Os franqueados devem ter a consciência de que cada post publicado nas redes sociais de sua unidade contribui para a formação da imagem de seu negócio e da marca como um todo. Por isso, nada de postar fotos da família em férias, da “chopada” da faculdade ou de opiniões políticas, religiosas, ou potencialmente polêmicas, que em nada contribuem para a marca.

 5 – Comunicar riscos legais

Poucos franqueados sabem, mas a postagem de rostos ou nomes de clientes em redes sociais, sem prévia autorização por escrito, pode resultar em processos judiciais. Uma postagem que fere os princípios e valores da marca também pode gerar uma notificação ou multa por parte da franqueadora. Promoções que se sobrepõem àquelas veiculadas pela marca a nível nacional também são pontos de conflito em potencial com os consumidores. Esses exemplos mostram a necessidade de se estabelecer limites éticos e legais, os casos de abuso e passíveis de punição. Quanto mais transparência, melhor.

O posicionamento de uma marca, que é construído e mantido basicamente no desenvolvimento e comunicação de atributos de valor relevantes para seus consumidores, necessita de discurso único, cada vez mais integrado. Isso é fator essencial para que sua personalidade e diferenciais sejam claramente percebidos em um ambiente mercadológico caracterizado por consumidores infiéis e onde produtos e serviços se tornam cada vez mais parecidos. Uma vez entendida essa premissa por parte de toda a rede de franquias e estabelecidas normas claras de presença na Web, a tendência é que todos – franqueadora e franqueados – se beneficiem do aumento da exposição local e nacional da marca através das redes sociais.

 Artigo de Sérgio Martins publicado no Blog Minas Marca.