Arquivo da categoria ‘Artigos da CMC’


Uma comunidade ao redor da marca

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Artigo de 2008, escrito por Sérgio Coelho Martins

Uma das novas características do consumidor contemporâneo é o hábito de se organizar em comunidades. Por isso, é bom que as marcas façam parte dessas comunidades. Melhor ainda, é criar uma comunidade ao redor da marca com o objetivo de atrair pessoas para o ambiente da marca e agregar admiradores. Afinal, o novo consumidor não tem pudores de usar as marcas que mais admira como forma de reforçar sua identidade.
Comunidade pressupõe interação. Por isso, os esforços de comunicação não devem ser pensados como uma via de mão única no estilo emissor/receptor, como na propaganda tradicional. Para que a comunidade da marca seja percebida como tal, a empresa precisa identificar os meios de interação que atingem com mais eficiência seu público-alvo. Pessoas idosas, em geral, não gostam tanto de interagir pela internet, mas apreciam cartas, cupons e bounce-backs. Jovens apreciam empresas que oferecem sites recheados de serviços interessantes e possibilidade de relacionamento via celular, por exemplo.
A tendência é que o consumidor atual reivindique cada vez mais participar do mundo da marca. Ele quer ser um co-autor da marca. Isso é uma grande notícia para empresas que buscam construir seus ambientes de marca, pois podem desenvolver ações que potencializem uma relação mais afetiva entre o indivíduo e a marca.

A Carvalho Martins tem alguns bons exemplos de utilização desses conceitos. Para a rede Number One Idiomas, desenvolvemos uma promoção no site de entretenimento da marca (site este também idealizado por nós, exatamente para ser um espaço de convivência com a marca), onde o internauta deveria criar e publicar um perfil na internet para uma “garota Number One”. A mídia off-line reforçava a promoção, com uma bela garota e a chamada “quem é essa mulher?”. Depois de mais de 148 mil page views em apenas dois meses e centenas de perfis criados no Orkut, You Tube, etc., saiu o ganhador. O envolvimento do público-alvo, jovem e de classes superiores, foi total e a marca se disseminou na internet exatamente nos espaços de convivência on-line deste público

Para a Tutto Interiores, loja de móveis e objetos de decoração, utilizamos o meio rádio para disseminar seu ambiente de marca. Criamos um spot que servia de base para decoradores de renome darem suas dicas de decoração e, com isso, garantirem visibilidade também para seus trabalhos. O resultado foi muito positivo para a loja, que voltou a ser ponto obrigatório de decoradores, aumentando sensivelmente suas vendas por este canal.

A proposta de criar uma comunidade de marca passa pela busca de formas criativas de participar da vida deste consumidor individual, oferecendo-lhe a oportunidade de ser um co-produtor do conteúdo que constrói o ambiente da marca. Para isso, a marca deve estar sempre oferecendo possibilidades de relacionamento com este indivíduo, através de serviços, entretenimento ou informação de qualidade.


Desafios da mídia indoor

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Artigo de Christian Carvalho Martisn publicado no Estado de Minas de 26 de fevereiro de 2011

Imagem do artigo publicado

Um ano se passou desde a aprovação do Projeto de Lei 776/2009 que estabeleceu regras rígidas para o Código de Posturas de Belo Horizonte, criado em 2003, sobre a utilização da propaganda externa. Qual avaliação pode ser feita nesse período? A cidade está mais limpa visualmente, uma vez que o outdoor, principal alvo da fiscalização, foi reduzido em mais de 90% em toda a cidade. Contudo, por outro lado, agências de publicidade estão usando e abusando da criatividade e de novos meios para atrair a atenção do público.

A mídia indoor, por exemplo, aquela utilizada dentro de espaços públicos, chama a atenção do mercado nesse novo cenário. Displays em shoppings, restaurantes, hotéis, casas de show, supermercados, academias, hospitais e até elevadores. Todos representam possibilidades para a divulgação publicitária. Essa mídia representa uma alternativa para suprir as lacunas deixadas pelos outdoors, principalmente, considerando o potencial de acerto da campanha devido ao grande número de pessoas atingidas. Entretanto, é preciso um planejamento adequado e certeiro para utilização desse novo canal de comunicação. Precisamos entender que, em excesso ou de forma desestruturada, essa mídia pode ser encarada como impertinente ao invadir momentos de privacidade.

Há pouco tempo, um amigo próximo de nós estava em um restaurante com sua família e se surpreendeu ao perceber que, em vários momentos, teve que interromper a conversa com os filhos, pois eles preferiam prestar atenção à TV do local a conversar com os pais. Este amigo foi sincero ao dizer que não pretende voltar a esse estabelecimento quando desejar ter um tempo de comunhão com seus filhos. Percebemos que algumas empresas e estabelecimentos, na ansiedade de divulgar produtos e serviços ou aumentar seu faturamento, não avaliam se o meio de veiculação e o momento desta são realmente indicados para a mensagem que querem passar. A questão da pertinência entre meio e mensagem é antiga. Há muitos anos, um cliente, proprietário de um restaurante de alta gastronomia, pensou em divulgar sua marca nas lixeiras da cidade, mídia oferecida pela prefeitura que acreditava ser inovadora. Obviamente, orientamos que não fizesse tal investimento por considerar que a lixeira não é lugar ideal para anúncio gastronômico. Não basta assegurar que a mensagem seja transmitida, é fundamental se preocupar com o meio e o ambiente onde ela se propaga, com quem irá recebê-la e verificar a reação, medindo os resultados.

O mesmo acontece com as mídias indoor. Não existe, ainda, um estudo para medir os efeitos em longo prazo, nem uma instituição ou órgão estruturado que as regulamente. É certo que o planejamento de mídia precisa, em sua elaboração, de recursos inteligentes para vislumbrar as mudanças da publicidade e comportamento do consumidor, já cansado de tanto bombardeio de informações pouco planejadas.

Até que ponto o uso indiscriminado de diversos novos (e antigos) canais de comunicação ajuda uma marca a se fortalecer no mercado? Os profissionais da área precisam planejar de forma sustentável, analisando meios e mensagens de forma a fazer com que o resultado deste planejamento seja uma comunicação atraente, e não invasiva ou desrespeitosa com a marca e com o consumidor.

Essa é a oportunidade para fazer da mídia indoor, assim como várias outras formas novas de veicular mensagens, ferramentas sérias e eficientes para que, no futuro, não as percamos também, assim como aconteceu com o outdoor


Christian Martins no Estado de Minas

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Uma empresa reflete os valores pessoais de seus gestores. E essa entrevista da Chris ao jornal Estado de Minas (de 09/01/2011) reflete parte dos valores essenciais sobre os quais construímos nossa vida, nossa ética e nossos negócios.

Matéria da Chris no Caderno Imóveis - Estado de Minas


Compras Coletivas – Revista Viver Brasil

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

 

Confira no link abaixo a excelente matéria da Revsita Viver de outubro/2010 sobre os sites de compras coletivas que oferecem grandes descontos. No final, há uma entrevista com Sérgio Martins, que destaca como estes sites podem fazer parte dos planos de comunicação de muitas marcas, como uma esforço promocional agregado para geração de tráfego, conhecimento da marca e de produtos.

http://www.revistaviverbrasil.com.br/impressao/materia/53/capa/ofertas-realmente-imperdiveis/


Sequestraram sua marca!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Artigo de Sérgio Martins publicado no Estado Minas em 12 de novembro/2010.

 


Frequentemente ouço alguns empresários dizendo que suas marcas não estão preparadas para encarar a Web 2.0: interativa, colaborativa, que funciona como uma rede onde as informações transitam por mão dupla. Daí a razão pela qual várias empresas ainda não possuem blogs, páginas oficiais em redes sociais, ou um endereço no Twitter. Essas empresas partem de um pressuposto correto: investir e gerenciar mídias sociais é um trabalho árduo, de difícil operacionalização e sério – pois envolve as opiniões e posicionamentos da marca diante de públicos de interesse ávidos por informações e superdispostos a criticar e sugerir ideias mirabolantes.

É um cenário que inspira tal insegurança em alguns gestores, que muitos deles, de forma até bem-intencionada, acabam concluindo que suas marcas precisam ser “preservadas” desse ambiente perigoso da Web 2.0. E a melhor forma de fazer isso é não participar desse “caos em rede”.
Infelizmente algumas empresas ainda não atentaram para o fato de que suas marcas não pertencem a elas. As marcas pertencem aos consumidores. E mais: essas empresas que ainda não tomaram posição ativa nas redes sociais já estão participando sim das conversas que acontecem no mundo da Web. Assim como a experiência com marcas e produtos geram boca-a-boca no mundo real, esse mesmo boca-a-boca já existe no mundo virtual. Faça um teste. Busque o nome de sua empresa ou produto no Orkut, YouTube, Facebook, Twitter, etc. Você poderá se surpreender com a quantidade de comentários e até mesmo com a existência de comunidades estruturadas ao redor daquelas marcas e produtos que você achava pertencer à sua corporação.
Se você é um gestor que ainda teme o ambiente colaborativo e caótico da Web 2.0, considere o seguinte: sua marca foi seqüestrada faz tempo. Os consumidores já se apoderaram dela e, ao seu redor, criam livremente novos conceitos, movimentos, comunidades, comentários virais (e sabe-se lá o quê mais). Sugiro que você pesquise o que aconteceu com o Iogurte Activia no YouTube e em diversas comunidades da Web. Consumidores se apoderaram dos conceitos do produto e os utilizaram para brincar, tirar sarro, criar piadas… Se foi bom para a Danone? Pesquise e tire suas conclusões.
Antes tarde do que nunca, é importante que a empresa do Séc. XXI perceba que, querendo ou não, os consumidores já seqüestraram sua marca e a levaram para o ambiente online. Um ambiente livre, interativo, criativo e sem controle. A conversa em torno de sua marca muito provavelmente já existe nas redes sociais. A pergunta é: sua empresa vai participar dela?


Relevância na construção das marcas

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Artigo de Sérgio Coelho Martins, publicado no jornal Estado de Minas de 06/08/2010. 

Imagem do artigo

Recentemente li o resultado de algumas pesquisas sobre o ambiente da comunicação das marcas no Brasil. Alguns dados são perturbadores. O grau de lembrança de campanhas publicitárias na mente dos brasileiros, por exemplo, caiu, de 2008 para 2009, de 64% para 47%. Por outro lado, o mesmo estudo mostra que as empresas brasileiras estão aumentado suas verbas para a comunicação de suas marcas. O problema, contudo, parece não estar nos veículos. A TV continua a ser o meio mais poderoso de mídia no Brasil. A internet já é considerada o terceiro meio de comunicação de massa do país. O problema parece estar na relevância.

O ambiente caótico de meios que vivemos hoje mostra que toda a teoria e práticas que aprendemos no Séc. XX caiu por terra. Todos nós que trabalhamos com a construção de atributos de marcas e com a comunicação de marketing estamos reaprendendo, trocando experiências e cases. A única certeza que temos é que o consumidor de hoje passou a ser mídia. A recomendação de um determinado produto por um blogueiro tem mais peso que milhares de reais investidos em 30 seg. na TV. Mas isso significa que a TV morreu? Claro que não. Mais uma vez digo: o problema (ou a solução?) está na relevância.
Uma marca relevante é aquela que encontra respaldo na mente e no coração de seu consumidor. É a marca que participa de seu dia-a-dia não forçando a barra para chamar a atenção para si, mas oferecendo conteúdo, informação ou entretenimento. Não é a marca que fica na frente do consumidor, tagarelando, mas a que está ao seu lado, conversando. Sim, é uma marca que conversa, que responde, que se relaciona.
Por isso, o branding do Séc. XXI requer uma visão mais humilde das companhias. É importante entender o que é relevante para o consumidor, seja de produto ou de serviço, ainda que ele pense diferente dos acionistas. E oferecer mais que soluções criativas: é preciso investir em experiências agredadoras e inesquecíveis. Sem discurso vazio. Sem slogans.

Aliás, na Carvalho Martins, não gostamos da palavra “slogan”. Nossos clientes não precisam de frases de efeito, mas de um posicionamento que expressa a verdade da proposta de suas marcas, que ajude a construir seus atributos na mente de quem interessa. Marcas que conseguem aderência junto aos seus públicos são as que pensam de forma horizontal. São aquelas que se arriscam a dar as mãos aos seus consumidores. E, apesar do ambiente midiático caótico, essas marcas só vão conseguir espaço de destaque na vida de seus públicos através de um plano de comunicação integrada multimídia, multiplataforma, que pode conter eventos, hot sites, promoções, rádio, TV, boca-aboca, redes sociais, etc. Desde que a mensagem seja relevante.


Marketing Educacional

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Artigo de Sérgio Coelho Martins publicado no jornal Estado de Minas em 28/04/2011
Imagem do artigo
A proximidade do Dia da Educação (28/04) é uma ótima oportunidade para refletirmos sobre como está o “marketing educacional” em relação a estatísticas, nível de aprendizagem nas escolas brasileiras e maquiagem de dados para garantir melhores índices em divulgação. O termo “marketing educacional” significa gestão e planejamento de ações em comunicação integrada para gerar um posicionamento/discurso de instituições com público. Essa especialidade que, para muitos passa despercebida, responde por um mercado em franca expansão e demanda questionamentos como que tipo de mensagem publicitária uma instituição de ensino deve comunicar para despertar o interesse de famílias, prospects e alunos sobre sua proposta? O marketing educacional utilizado pelo Governo Federal, por exemplo, movimentou cerca de R$ 900 mil, somente em março, permitindo imaginar o quanto é investido por instituições privadas de ensino.
É bem verdade que o discurso publicitário é, em sua essência, superlativo, mas o cuidado com o exagero nos argumentos deve ser dobrado neste segmento. A cobrança do público é natural e as consequências de uma frustração em relação à promessa de uma propaganda com discurso mal calibrado podem causar estragos grandes na imagem institucional, além do risco de perder alunos e, até mesmo, gerar incoerências na formação dos estudantes, ao tornar comum a eles um discurso apenas quantitativo, em contraste com o que se espera da escola: qualidade.
Atualmente, para fugir da comoditização que ameaça o segmento, algumas instituições investem em mídia, buscando uma comunicação diferenciada para conquistar clientes e não somente para se tornarem visíveis. Por outro lado, existe uma linha de ação mercadológica mais conexa ao objetivo e a finalidade da educação: uma proposta de comunicação que se preocupa, primeiramente, em envolver seus alunos – público interno e principal propagador da marca – em algo crível e real. Normalmente, as instituições que trabalham com essa visão de marketing 360º são aquelas que não tratam o aluno como um número, mas sim como ser único na experiência diária do aprendizado. Por consequência, esse tipo comunicação engajada reflete um posicionamento mercadológico marcado por um discurso mais consistente que explora conteúdos relacionados à experiência que os estudantes têm na escola e que repassarão às futuras gerações.
A educação é fundamental para o processo de socialização, consolidação dos princípios de cidadania e valores humanos, ou seja, os maiores diferenciais a serem oferecidos por uma escola focada em formar mais que robôs aptos somente a passarem em vestibulares e exames do Enem. A família moderna demanda uma escola com quem possa dividir a responsabilidade em formar cidadão em contexto mais amplo e social.
Entretanto, essa visão, por parte das instituições, ainda é nova no Brasil, sendo presente apenas em algumas escolas com visão ampliada de seu negócio. O que se percebe na comunicação desse segmento é o uso de muitas frases de efeito e imagens bonitas, mas sem consistência. É importante que os atributos reais da instituição não sejam menosprezados em detrimento de invenções, maquiagem ou adjetivos. Empresas atentas a essa necessidade estão obtendo êxito em sua comunicação.
De forma otimista, acredito, ainda, que com a grande concorrência e a demanda da sociedade por uma postura ética, é correto avaliar que o marketing educacional deverá atingir um novo patamar no Brasil em breve, com discursos consistentes e em harmonia com as necessidades da sociedade, alunos e escola.